a mulher saiu para a rua renovada em esperança. as conversas com o homem-terra têm o condão de a fazer regressar a si mesma, e a ele também, ela sente-o.
- mandaste-me tirar os ovinhos debaixo dos braços - diz-lhe ele - é o que estou a fazer...
ela sente ternura por aquele homem, trabalhador nas coisas da terra e da alma. espírito em sintonia com o dela, tantas vezes demonstrado com um telefonema
- que se passa contigo rapariga, que me andas a picar o miolo desde manhã? diz lá...
e ela já a saber que ele ia telefonar com aquela pergunta. pois quando a vida lhe está mais pesada, quando ela se sente caída numa teia de aranha, quando o mundo desaba, ele sente e sai em socorro, da forma que pode, nem que seja para lembrá-la do mar
- vai ao mar, vai molhar os pés que ficas melhor
e ela fica.
já quando é ela que o sente, lá dos outros lados das pontes que os separam, com os ombros vergados pela vida, liga-lhe ela
- que se passa mafarrico? o que andas a pregar aos outros que não praticas na tua vida?
e riem-se. e emendam-se. e crescem como quem sabe que caminha junto há muitas vidas.
...
sabes, e isto agora é para ti,
as gaivotas estão em alvoroço e o mar está alto e turbulento, o rio corre impávido e sereno, com a calma de quem conhece o caminho e só as margens de si mesmo o condicionam. é sábado. pudesse eu ser rio.
pudéssemos nós ser foz.
é bonito o que escreves Maresia... :)
ResponderEliminargentileza tua, bonança :)
ResponderEliminar(obrigada)
:)
ResponderEliminarO teu fim é um novo começo :) Bonito e suave o teu texto.
Beijinho vizinha :)
claro. é a roda da vida :)
ResponderEliminarbom sábado vizinha.... hoje há bolachas de avelã... :)
Ai tão bom! :)
ResponderEliminareu penduro na porta ;)
ResponderEliminarde maneiras que é isto:
ResponderEliminaruns têm tudo (pendurado na porta)
outros… nada (nem uma, umazinha)
de maneiras que é isto:
ResponderEliminarse fosses meu vizinho, ficavas com tudo pendurado na porta :)
Já eu, não fui hoje ver o mar. E o rio não passa aqui. Contentei-me com o vento, soprando leve nas folhas da alfarrobeira. Nem começo, nem fim. O meio, apenas. :)
ResponderEliminarTão bonito, ana. Obrigada :)
ResponderEliminarUm beijinho
se soubermos escutar, o vento fala-nos de tudo, do rio e do mar, e o meio, é o caminho, e é caminhando que a vida segue. acho eu... :)
ResponderEliminarbom sábado Luisa!
eu é que agradeço, Miss :)
ResponderEliminarbeijinho
parece simples de tão bonito que é... :-)
ResponderEliminarsão só palavras Vanessa.
ResponderEliminarbeijinho :)