sexta-feira, 25 de setembro de 2015

cuidado





























eu sei que não existe a palavra maternalidade, mas é o que me dizem. eu digo que não, que a palavra não existe, mas eles dizem que não interessa a palavra, mas sim o sentido. eu tento escapar, eles procuram-me os olhos. insistem que tenho que relacionar-me com tudo com maternalidade, como uma forma de cuidar os outros, como condição de ser mulher, feminina, mãe no cuidado para com os outros e com o que me rodeia. eu penso nos meus filhos, no meu dia-a-dia tão cheio de trabalho, de cansaço, mas digo-lhes que sim, enquanto ele continua a varrer o caminho, e ela, no meio das suas rugas, pele escura e cabelo cinzento, olha-me, com o olhar repleto de compaixão.











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