quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ri-se






























a mulher andou bem disposta todo o santo dia. fez uma leitura de aura, que, sendo mais uma vez espelho, a fez ver mais longe vendo mais perto, e trouxe-lhe alegria. foi comer um gelado ao mac e chegou a casa e encheu um copo de água, de champanhe.
aquela noite de outono é de verão, no spotify toca repetidamente o 'quero', ela agradece o corpo que lhe permite sentir, a alma que a deixa voar, e aquela vida, simples.
lembra daquele homem atarrecado que já conhecia antes de o conhecer, de quem sente saudades não sabe de quê, que traz consigo de outras vidas e que lhe diz a ela - sou mais que teu pai e tua mãe, teu avô e teu amigo e sei lá o quê, e não só de agora, mas nem sei de quantas vidas já. e ela diz-lhe que até que enfim, até que enfim que ele chegou lá.
lê a mensagem que lhe mandou, para que ele não adormeça na viagem de regresso naquelas horas tão tardias da noite - e ainda: agradeço a tua presença neste (e noutros) meu ciclo de vida. pela paciência, visão, profundidade, orientação, amizade, por me guiares a ir mais fundo dentro de mim, pela humanidade, luz, compaixão e amor. sou grata. e agora não digas que vais daqui.
ela ri-se, sozinha naquele quarto em frente ao monitor de um computador. ri-se da vida. dizem-lhe que está sempre bem disposta - ah se eles soubessem, e ri-se.













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