O meu pai naquele pai.
O homem forte, curvado, sorria com o ouvido encostado à porta do elevador.
Ainda não chegou, pai... dizia o meu vizinho do rés-do-chão
O meu pai ouve mal... justificava ele falando comigo
Ah... este elevador é muito silencioso... sorria eu para os dois
Mas aquele pai, forasteiro, trouxe-me naquele momento o meu pai, a mão morna pousada na minha, a presença. A Presença.
E agora que aqui escrevo, passadas já tantas horas daquele pai no elevador, a pena que eu tenho de não lhe ter dado um abraço. Um abraço apertado, fundo, inteiro.

Tão bonito! Mas, quem sabe, lhe deu um abraço sem ter dado. Às vezes, um olhar também abraça (ainda que não seja o mesmo).
ResponderEliminarespero que sim, Bea... obrigada
EliminarEstaria, por certo, a abraçá-lo a ele e ao seu pai também.
ResponderEliminarsim, CC, o poder da intenção, sem dúvida...
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