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sim, eu sei. lembro tão bem dos dedos enfiados na terra escura, funda e fresca, extraindo lentamente a raiz do trevo, para que não quebrasse, para que não ficasse nenhum pedaço que pudesse germinar outra vez, ainda mais forte
sim, eu sei
respondi-lhe
e o pior - continuou ela - é que, como no trevo, é muito maior a raiz escondida, do que a planta visível
pergunto-lhe como foi aquele sentimento acontecer
foram as palavras, sabe? as palavras subtilmente despertando partes de mim que eu não conhecia, e tecendo raízes à volta da alegria, da vontade de viver, da sensualidade. aprofundando-se. depois, partiu, antes de chegar, e eu fiquei assim, toda eu em desalinho.
quis eu saber
e agora?
agora a terra secou, toda ela argilosa, toda ela árida. aconteceu-me... e eu não sei como torná-la arável.
Quem sabe esta chuva e a primavera aí a bater à porta...
ResponderEliminarÁgua mole em terra dura :)
Eliminaré como a mim...
ResponderEliminarisso das costas, estás melhor?
Sou um bom abrigo para pássaros
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