quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

A batedeira








Enquanto a batedeira bate a massa que eu costumo amassar, eu vou preparando tarefas para horas vindouras antecipando-me sempre ao tempo devido. Raramente estou agora e vivo um tempo que não chegou.
Também as minhas mãos sentem saudades de sentir a farinha unindo-se aos ovos, também as minhas mãos sentem saudades de demorarem-se no tacto, como os meus olhos sentem saudades em observar e toda eu em ser presente.
Ao facilitarmos a rapidez, a celeridade, na ânsia de estar perto de tudo, perdemos a capacidade da demora, de estar, de prolongar, de saborear, de repousar, de viver.






16 comentários:

  1. Respostas
    1. Não. Foi uma lesão no ombro :)

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    2. essas já me deram cenas, mas nunca batedeiras...

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    3. Cenas nunca me deram...mas é um puto de um cenário, como diz uma amiga.
      Estás cá?

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    4. um puto de um cenário nã faz grande sentido...
      estou sempre cá

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    5. É o que há, com ou sem sentido:)
      Aqui é sempre o aqui não importa onde seja o aqui, dizia um amigo que nunca estava aqui.

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  2. esta noite, ana bonita, fazes umas bolachinhas (eu ajudo) para nós? sim? podemos beber chá e depois demorar-nos à janela enquanto a chuva cai. :)

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    1. Faço. Preciso de me demorar... Fa-lo-ei contigo, menina bonita. Conversaremos até cairmos de sono...

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