então fizeram uma cidade com os sentimentos, e nessa cidade havia muros que os protegiam, um do outro. sabiam que não podiam atravessar essas barreiras, correndo o risco de estarem a invadir espaços profundos e movediços. e eram essas as margens que limitavam o que diziam e o que questionavam, um ao outro. podiam até dar asas aos seus sentimentos, se não manifestassem os mais fortes, ficando sempre, um no outro, a dúvida sobre o que o outro sentia. embora odiados por um, eram esses limites que os mantinham próximos, e tornavam possível aquele relacionamento que durou muito mais do que o esperado.
foi de repente que aconteceu. e seria preciso retroceder no tempo, não cronologicamente, mas em profundidade, para ver o momento em que começou a acontecer, quando, à medida que se distanciavam, um do outro, as muralhas começaram a diluir-se na névoa da memória longínqua. em simultâneo.
é um amor entre amigos?
ResponderEliminarengenheiros ou mestres de obra.
ResponderEliminaré perfeito!
ResponderEliminarnão sei explicar. contas uma história que vi não faz muito tempo.
é perfeito!
não a conto, não saberia como. Contas tu, e eu achei divino :)
Obrigado.
ah...as vidas são todas parecidas :)
ResponderEliminarobrigada, conta corrente.
tem uma boa noite
estava para aqui a pensar nesses muros, que só existem quando são necessários; gostei da cor. :)
ResponderEliminarA partir do momento em que se diz tudo sem muralhas já se perdeu o respeito. Há coisas que devem ficar dentro da muralha de cada um. Ou não....
ResponderEliminarTeresa, eu nem sei...talvez esses muros sejam o respeito. sei lá...
ResponderEliminarbom dia :)
deves ter pássaros a cantar por todo o lado :)
talvez seja isso, Maria. mas seria tão bom poder mostrar a alma nua :)
ResponderEliminarO respeito é o primeiro sinal de amor. Mas respeito não tem de corresponder necessariamente a distância. Acho que quanto maior for a confiança que depositamos em alguém (e em nós), tanto melhor poderemos amá-lo. Há casais que não necessitam de erguer muros para ter o respeito do outro. Sabem respeitar o reduto, a ermida, o espaço sagrado onde o outro cresce e se desenvolve em silêncio.
ResponderEliminarOs muros são defesas, mas são também obstáculos. E, por vezes, é precisamente o excesso de material defensivo que os faz desmoronar. Há pessoas que, à força de se quererem proteger do outro, acabam, elas próprias, encarceradas dentro de muros.
Um beijinho, ana :)
belíssimo Ana.
ResponderEliminarestes muros instalaram-se em silêncio, Miss, como um acordo mudo, não foram verbalizados, foram crescendo, tornando-se o algodão que protege do frio, uma cria recém-nascida, orfã.
ResponderEliminarBeijinho, Miss. É bom saber de ti :)
obrigada, Laura. muito, muito.
ResponderEliminarolha, vamos mas é aligeirar essa murice toda... sabes, há um vinho verde chamado 'muralhas de monção' que, quando começa a diluir-se em mim numa névoa de memória longínqua, sei ser o momento exacto de abrir outra garrafa ;) bjgr
ResponderEliminarEu sabia que chegarias com esse manancial de sabedoria, my lord :P. Conheço bem esse muralhas :) beijoronte.
Eliminare no final, tudo tem um tom diferente.
ResponderEliminarabraço.
Sim Sara, o que fica nunca é igual ao que se viveu.
EliminarAbraço