no final do dia de trabalho, sempre a hora tardia, demasiado tardia, a mulher entra no carro, conduz alguns quilómetros até ao supermercado e compra um hamburguer, aquele haburguer que está lá, sempre quente, no expositor. regressa a casa, acende a lareira, abre duas cervejas meio-mornas, e senta-se a comer lentamente, olhando o fogo.
estou aqui comigo, por mim. o desejo, neste hamburguer, o merecimento do tempo, da dedicação, para mim.
murmura
a roupa do dia meio desabotoada, as pernas cruzadas, as dores nas articulações, a paz.
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