sábado, 10 de abril de 2021

do dia

 



sempre me fez mais saudades o futuro do que o passado. não sou mulher de lamentar a juventude ida, a infância passada, as crianças crianças. sempre tive mais pena dos sonhos perdidos, das desaparecidas vontades de palminhar caminhos. fui mais abundante a perder sonhos do que a agarrar-me a amores.

mas agora, não. apraz-me o presente, o café que saboreio, a caminhada que consigo fazer, o sol na minha pele, o feijão a romper a terra, a alegria da minha mãe e a satisfação dos meus filhos. a minha gratidão às vezes é tanta, que escapando-me das mãos, faz efervescer a minha alma. como hoje, naquela mesa de café, em que não consegui evitar um sorriso e os olhos cerrados em prece de agradecimento para aqueles que só eu via e que com amor me olhavam. 





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