segunda-feira, 6 de junho de 2016

estações












digo-te que houve um tempo, não muito distante, em que desejei o que agora me ofereces.
dizes que recuperamos esse tempo, agora.
eu fico calada e olho-te.
resultaria semear o milho no inverno?

eu sou de estações, meu querido. eu sou de terra, de corpo. de ciclos. vieste no inverno fazer a colheita e o terreno estava em pousio.

chegaste tarde, meu querido. irremediavelmente tarde.

quis a vida que eu me construísse em desencontros, em silêncios. contento-me com coisa pouca. as aves, o mar, o vento, a chuva, as palavras poucas,também. 
enquanto isso desfaseio-me.



















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